terça-feira, 25 de setembro de 2012

Adeus, Lula, por Marco Antonio Villa!

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente.

Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor.

No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência.

E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa.

A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo.

Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir:

1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 
2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 
3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?

O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.

Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente.

E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez.

Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo.

Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.

E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.



Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo

domingo, 2 de setembro de 2012

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a ...


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém.

Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

Adrian Rogers, 1931

sábado, 1 de setembro de 2012

Governo Golfinho!


O último trimestre não foi bom para o Brasil, mesmo depois de inúmeros pacotinhos apresentados pelo governo. Perdemos o 6º lugar no ranking mundial de economia, algo que foi amplamente divulgado e comemorado pela gestão do PT. Guido Mantega, ministro da Fazenda, mostra um estranho otimismo em relação aos próximos trimestres. Com uma simples retrospectiva, podemos comprovar o fracasso na condução do País.

PT, em 2011, projetou um crescimento de 5,5% e alcançou um frustrante 2,7. Em 2012, um pouco mais modesto, estimava 5%. Segundo especialistas de mercado, vai dar - de 2%. Para a surpresa e apreensão geral, Ministro Mantega e Dilma (aquela que tem 77% de aprovação), sem nenhum embasamento técnico, prometem crescer 4,5% em 2013, quem acredita nisso? Principalmente depois da declaração do Ministro, “isso é uma meta”, ou seja, não existem garantias de como isso será feito.

No mesmo ano que comemoramos a posição de 6ª economia, voltamos à realidade, caindo para a 7ª posição, atrás da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão, China e EUA.

Para complicar um pouco mais o cenário, Brasil perde 9 posições em ranking de inovação, ficando em 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul. Uma classificação publicada pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhor colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência.

O Governo mantem a linha de pacotinhos de curto prazo, aplicando desconto no IPI para carros, sem sucesso, mesmo assim o Brasil perde posição em ranking mundial de veículos. A entrada de carros importados no Brasil fez a produção estagnar e o País perdeu uma posição entre os maiores produtores mundiais em 2011. Segundo a Oica (Organização Internacional de Construtores de Automóveis), o Brasil caiu para o sétimo lugar no ranking, superado pela Índia.

Se não fossem suficientes estas notícias, o Brasil perdeu também, posições em um ranking mundial de competitividade no setor do turismo. Em sua última edição, relativa a 2011, o relatório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial coloca a sede da próxima Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016 na posição 52 entre 139 países avaliados. A pontuação, 4,36 em uma escala de um a sete, foi praticamente a mesma que em 2009 (4,35), quando foi elaborado o ranking anterior mais recente. Naquele ano, quando foram consideradas 133 nações, o país ficou em 45º lugar.

Não vou entrar no mérito da nossa posição no ranking mundial de educação, pois trato isso em outro artigo, de qualquer forma, podemos comprovar que o governo não está 300% preparado como informado pela “presidenta”, estamos perdendo em vários setores e não vislumbro um projeto financeiro de curto, médio e longo prazo. A inadimplência sobe todos os meses, jornais noticiam a retomada da inflação e podemos concluir que temos um governo “golfinho”, sobe, faz uma gracinha e começa a afundar novamente.

Precisamos de políticas sérias, entender que o Brasil é um só e que questões partidárias devem ser esquecidas em um momento de crise, é chegado o momento de Dilma convocar os governantes, partidos e a própria população para discutir amplamente as dificuldades e procurar soluções, caso contrário, poderemos enfrentar uma crise financeira complexa, o Brasil não tem condições de se manter apenas com o consumo interno, que empurra uma grande fatia da população para a lista de devedores.

"A economia significa o poder de repelir o supérfluo no presente, com o fim de assegurar um bem futuro e sobre este aspecto representa o domínio da razão sobre o instinto animal.” Atkinson Thomas!

@jabsrs

Lição do tempo (KARMA)

"Quando um pássaro está vivo, ele come formigas. Quando o pássaro morre, as formigas o comem. Tempo e Circunstâncias podem mudar em qualquer minuto. Não desvalorize ou machuque algo em sua vida. Você pode ser poderoso hoje; mas lembre-se: O tempo é mais poderoso que você! Uma árvore faz um milhão de fósforos. Mas apenas um fósforo é necessário para queimar milhões de árvores. Então seja e faça o bem."