sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O Apagão da Ética!


Vamos voltar no tempo, 6 de setembro de 2012, "presidenta" vai a TV, na véspera do dia mais importante para o país e promete o "desconto na conta de luz", para alegria geral da nação, ou seja, tanto o cidadão comum quanto as empresas percebem uma grande oportunidade real de retorno, frente a maior carga tributária do planeta e serviços medíocres que recebemos!  

É claro que o governo omitiu um "pequeno" detalhe, durante a gestão do PT, mais de 7 BILHÕES de Reais, foram cobrados indevidamente na conta de luz dos brasileiros!! A tal redução, depois de cobrar indevidamente, seria um encontro de contas?!

Após este anúncio fantástico, as "elétricas" perderam 31 BILHÕES de Reais na bolsa, um detalhe, quando o foco é "apenas" político.

Antes de prometer, o governo esqueceu de combinar com as elétricas e não ocorrendo a renovação das concessões de energia, rejeitada pelas empresas de Estados comandados pelos tucanos - São Paulo, Minas Gerais e Paraná, a redução não poderá ser de 20% e no máximo chegará a 16%, pronto, agora a culpa é do PSDB, ou seja, o objetivo eleitoreiro, ficou melhor do que uma simples promessa e passa a ter um culpado, melhor impossível.

"Revoltada" com a postura dos estados, a presidenta disse que o governo vai usar recursos "do tesouro" para ampliar o barateamento da conta de luz a partir do ano que vem. A medida será necessária por conta da recusa dos governos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

Gostaria de entender melhor essa proposta, se o governo não produz, tudo que gira de dinheiro vem dos nossos impostos, ou seja, nós estamos pagando a redução da conta de luz que a presidenta prometeu? Então a redução será zero e com crédito pendente de 7 BILHÕES? Confuso isso! 

O corte de 28% na conta de energia, para empresas, a partir de 2013, redução máxima prevista pelo pacote de desoneração do setor, vai beneficiar apenas "15" empresas, segundo dados da própria ANEEL. O país tem 15 empresas incluídas na faixa chamada A1, com tensão de fornecimento de energia igual ou superior a 230 kv, pequeno detalhe técnico, o que importa é percepção do povo e os votos!

Só melhora, o plano de redução do custo de energia elétrica anunciado pelo governo federal prevê um déficit de R$ 1,3 bilhão em 2013, diferença entre o valor arrecadado com encargos e a despesa com programas sociais custeados por eles, ou seja, talvez o governo consiga o equilíbrio das contas, sem investimentos é claro, somente em 2015, depois da eleição, levando em conta, entre outros fatores, o fim do programa Luz Para Todos em 2014, o que vai reduzir as despesas hoje bancadas com encargos do setor. Será que o povão vai entender a matemática do "recebeu" mas não ganhou?

Mais uma vez, o governo usa promessas eleitoreiras para transformar o país num grande palanque eleitoral, gerando o pior de todos os apagões, o Apagão da Ética!

@jabsrs ...
#DespertaGigante

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A vida imita a arte e vice versa!

Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência.

O Brasil não investe em educação, isso todo mundo sabe, então, só existem duas maneiras de conduzir as massas, uma delas é através das “celebridades, heróis ou até mesmo um populista”, outra forma seria através da telinha mágica, entrando com suas ideias na casa de milhões de pessoas de forma instantânea.

Talvez a questão da vida imitar a arte e vice versa, seja uma forma de mostrar as coisas do nosso ponto de vista, até aí tudo bem, o problema é quando vc pode influenciar milhões de pessoas!

O povo adora novela, talvez a forma mais “barata” de consumir “cultura”, mas também é uma forma de dizer o que vc deve vestir, o que deve comer, em quem vc deve se espelhar, e por aí vai ...

Então chegamos na Carminha, que tinha um plano de poder, manipulando todos, comprando amigos, forjando situações, eliminando inimigos, reinando no seu palácio “divino”. Para isso ela precisou transgredir tudo que é certo e criar as suas próprias regras, mas esqueceu algo que é fundamental, vc não consegue enganar todo mundo o tempo todo. 

Durante essa caminhada, sua fome de poder, cegou seus atos, seu tabuleiro ficou desordenado, e a cada passo mal dado, o abismo estava mais próximo!

Pois bem, Carminha teve o seu dia “D” e foi desmascarada, seu plano ruiu, aqueles que eram manipulados finalmente conseguiram despertar para a realidade, mas isso não aconteceu por que essas pessoas conseguiram ver as coisas com clareza, foi preciso uma traição, aí que entra o Max, que num momento de loucura, raiva, ira, resolveu entregar provas que pudessem desmascarar a vilã. 

Com isso ela passou a viver o julgamento da vida real, tudo ficou mais claro, as peças se encaixaram e ela será punida, resta saber se será realmente presa ou condenada ao ostracismo, mas estamos todos com sede de justiça, um plano tão ardiloso deve ser punido, todos concordam! 

No melhor estilo daqueles que não se convencem dos seus erros e acreditam que não importam os meios para atingir seus objetivos, ela continua achando que pode ignorar os fatos e se manter de "cabeça erguida", como se nada tivesse feito e achando que está acima da lei. Nada mais cruel que ser desmascarado ao vivo e em cores em cadeia nacional, triste fim de quem queria ter o poder nas mãos e tudo comandar.

Não podemos esquecer o Santiago, que faz tudo com a cautela necessária para não ser descoberto e ainda passa a ideia do bom velhinho, quase um "Gepeto" da vida moderna ...

Mas a vida continua, novos heróis e vilões devem surgir, então que venha uma nova novela, que traga um homem íntegro, galã, bom moço, uma pitada de paixão, traição, e por que não, um salvador, resta saber se Jorge será salvo ou será um salvador! Mas por que ele usa farda? Só o tempo dirá ...

Salve-nos, Jorge! 

@jabsrs

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

"A experiência é uma escola onde são caras as lições, mas em nenhuma outra os tolos podem aprender." - Benjamim Franklin

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Nunca diga que venceu a Batalha!


"Certos dias serão mais felizes do que outros. E em algumas épocas você será mais bem sucedido do que em outras. A chave para o verdadeiro sucesso é ser o melhor que você puder ser em qualquer situação, e nunca presumir que você já chegou lá."

Ir Daniel Martina

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Adeus, Lula, por Marco Antonio Villa!

A presença constante no noticiário de Luís Inácio Lula da Silva impõe a discussão sobre o papel que deveriam desempenhar os ex-presidentes. A democracia brasileira é muito jovem. Ainda não sabemos o que fazer institucionalmente com um ex-presidente.

Dos quatros que estão vivos, somente um não tem participação política mais ativa. O ideal seria que após o mandato cada um fosse cuidar do seu legado. Também poderia fazer parte do Conselho da República, que foi criado pela Constituição de 1988, mas que foi abandonado pelos governos — e, por estranho que pareça, sem que ninguém reclamasse.

Exercer tão alto cargo é o ápice da carreira de qualquer brasileiro. Continuar na arena política diminui a sua importância histórica — mesmo sabendo que alguns têm estatura bem diminuta, como José Ribamar da Costa, vulgo José Sarney, ou Fernando Collor.

No caso de Lula, o que chama a atenção é que ele não deseja simplesmente estar participando da política, o que já seria ruim. Não. Ele quer ser o dirigente máximo, uma espécie de guia genial dos povos do século XXI. É um misto de Moisés e Stalin, sem que tenhamos nenhum Mar Vermelho para atravessar e muito menos vivamos sob um regime totalitário.

As reuniões nestes quase dois anos com a presidente Dilma Rousseff são, no mínimo, constrangedoras. Lula fez questão de publicizar ao máximo todos os encontros. É um claro sinal de interferência.

E Dilma? Aceita passivamente o jugo do seu criador. Os últimos acontecimentos envolvendo as eleições municipais e o julgamento do mensalão reforçam a tese de que o PT criou a presidência dupla: um, fica no Palácio do Planalto para despachar o expediente e cuidar da máquina administrativa, funções que Dilma já desempenhava quando era responsável pela Casa Civil; outro, permanece em São Bernardo do Campo, onde passa os dias dedicado ao que gosta, às articulações políticas, e agindo como se ainda estivesse no pleno gozo do cargo de presidente da República.

Lula ainda não percebeu que a presença constante no cotidiano político está, rapidamente, desgastando o seu capital político. Até seus aliados já estão cansados. Deve ser duro ter de achar graça das mesmas metáforas, das piadas chulas, dos exemplos grotescos, da fala desconexa.

A cada dia o seu auditório é menor. Os comícios de São Paulo, Salvador, São Bernardo e Santo André, somados, não reuniram mais que 6 mil pessoas. Foram demonstrações inequívocas de que ele não mais arrebata multidões. E, em especial, o comício de Salvador é bem ilustrativo.

Foram arrebanhadas — como gado — algumas centenas de espectadores para demonstrar apoio. Ninguém estava interessado em ouvi-lo. A indiferença era evidente. Os “militantes” estavam com fome, queriam comer o lanche que ganharam e receber os 25 reais de remuneração para assistir o ato — uma espécie de bolsa-comício, mais uma criação do PT. Foi patético.

O ex-presidente deveria parar de usar a coação para impor a sua vontade. É feio. Não faça isso. Veja que não pegou bem coagir:

1. Cinco partidos para assinar uma nota defendendo-o das acusações de Marcos Valério; 
2. A presidente para que fizesse uma nota oficial somente para defendê-lo de um simples artigo de jornal; 
3. Ministros do STF antes do início do julgamento do mensalão. Só porque os nomeou? O senhor não sabe que quem os nomeou não foi o senhor, mas o presidente da República? O senhor já leu a Constituição?

O ex-presidente não quer admitir que seu tempo já passou. Não reconhece que, como tudo na vida, o encanto acabou. O cansaço é geral. O que ele fala, não mais se realiza. Perdeu os poderes que acreditava serem mágicos e não produto de uma sociedade despolitizada, invertebrada e de um fugaz crescimento econômico.

Claro que, para uma pessoa como Lula, com um ego inflado durante décadas por pretensos intelectuais, que o transformaram no primeiro em tudo (primeiro autêntico líder operário, líder do primeiro partido de trabalhadores etc, etc), não deve ser nada fácil cair na real. Mas, como diria um velho locutor esportivo, “não adianta chorar”. Agora suas palavras são recebidas com desdém e um sorriso irônico.

Lula foi, recentemente, chamado de deus pela então senadora Marta Suplicy. Nem na ditadura do Estado Novo alguém teve a ousadia de dizer que Getúlio Vargas era um deus. É desta forma que agem os aduladores do ex-presidente.

E ele deve adorar, não? Reforça o desprezo que sempre nutriu pela política. Pois, se é deus, para que fazer política? Neste caso, com o perdão da ousadia, se ele é deus não poderia saber das frequentes reuniões, no quarto andar do Palácio do Planalto, entre José Dirceu e Marcos Valério?

Mas, falando sério, o tempo urge, ex-presidente. Note: “ex-presidente”. Dê um tempo. Volte para São Bernardo e cumpra o que tinha prometido fazer e não fez.

Lembra? O senhor disse que não via a hora de voltar para casa, descansar e organizar no domingo um churrasco reunindo os amigos. Faça isso. Deixe de se meter em questões que não são afeitas a um ex-presidente. Dê um bom exemplo.

Pense em cuidar do seu legado, que, infelizmente para o senhor, deverá ficar maculado para sempre pelo mensalão. E lá, do alto do seu apartamento de cobertura, na Avenida Prestes Maia, poderá observar a sede do Sindicato dos Metalúrgicos, onde sua história teve início.

E, se o senhor me permitir um conselho, comece a fazer um balanço sincero da sua vida política. Esqueça os bajuladores. Coloque de lado a empáfia, a soberba. Pense em um encontro com a verdade. Fará bem ao senhor e ao Brasil.



Marco Antonio Villa é historiador e professor da Universidade de São Carlos, em São Paulo

domingo, 2 de setembro de 2012

É impossível multiplicar riqueza dividindo-a ...


"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que tira de outro alguém.

Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

Adrian Rogers, 1931

sábado, 1 de setembro de 2012

Governo Golfinho!


O último trimestre não foi bom para o Brasil, mesmo depois de inúmeros pacotinhos apresentados pelo governo. Perdemos o 6º lugar no ranking mundial de economia, algo que foi amplamente divulgado e comemorado pela gestão do PT. Guido Mantega, ministro da Fazenda, mostra um estranho otimismo em relação aos próximos trimestres. Com uma simples retrospectiva, podemos comprovar o fracasso na condução do País.

PT, em 2011, projetou um crescimento de 5,5% e alcançou um frustrante 2,7. Em 2012, um pouco mais modesto, estimava 5%. Segundo especialistas de mercado, vai dar - de 2%. Para a surpresa e apreensão geral, Ministro Mantega e Dilma (aquela que tem 77% de aprovação), sem nenhum embasamento técnico, prometem crescer 4,5% em 2013, quem acredita nisso? Principalmente depois da declaração do Ministro, “isso é uma meta”, ou seja, não existem garantias de como isso será feito.

No mesmo ano que comemoramos a posição de 6ª economia, voltamos à realidade, caindo para a 7ª posição, atrás da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão, China e EUA.

Para complicar um pouco mais o cenário, Brasil perde 9 posições em ranking de inovação, ficando em 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul. Uma classificação publicada pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhor colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência.

O Governo mantem a linha de pacotinhos de curto prazo, aplicando desconto no IPI para carros, sem sucesso, mesmo assim o Brasil perde posição em ranking mundial de veículos. A entrada de carros importados no Brasil fez a produção estagnar e o País perdeu uma posição entre os maiores produtores mundiais em 2011. Segundo a Oica (Organização Internacional de Construtores de Automóveis), o Brasil caiu para o sétimo lugar no ranking, superado pela Índia.

Se não fossem suficientes estas notícias, o Brasil perdeu também, posições em um ranking mundial de competitividade no setor do turismo. Em sua última edição, relativa a 2011, o relatório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial coloca a sede da próxima Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016 na posição 52 entre 139 países avaliados. A pontuação, 4,36 em uma escala de um a sete, foi praticamente a mesma que em 2009 (4,35), quando foi elaborado o ranking anterior mais recente. Naquele ano, quando foram consideradas 133 nações, o país ficou em 45º lugar.

Não vou entrar no mérito da nossa posição no ranking mundial de educação, pois trato isso em outro artigo, de qualquer forma, podemos comprovar que o governo não está 300% preparado como informado pela “presidenta”, estamos perdendo em vários setores e não vislumbro um projeto financeiro de curto, médio e longo prazo. A inadimplência sobe todos os meses, jornais noticiam a retomada da inflação e podemos concluir que temos um governo “golfinho”, sobe, faz uma gracinha e começa a afundar novamente.

Precisamos de políticas sérias, entender que o Brasil é um só e que questões partidárias devem ser esquecidas em um momento de crise, é chegado o momento de Dilma convocar os governantes, partidos e a própria população para discutir amplamente as dificuldades e procurar soluções, caso contrário, poderemos enfrentar uma crise financeira complexa, o Brasil não tem condições de se manter apenas com o consumo interno, que empurra uma grande fatia da população para a lista de devedores.

"A economia significa o poder de repelir o supérfluo no presente, com o fim de assegurar um bem futuro e sobre este aspecto representa o domínio da razão sobre o instinto animal.” Atkinson Thomas!

@jabsrs

Lição do tempo (KARMA)

"Quando um pássaro está vivo, ele come formigas. Quando o pássaro morre, as formigas o comem. Tempo e Circunstâncias podem mudar em qualquer minuto. Não desvalorize ou machuque algo em sua vida. Você pode ser poderoso hoje; mas lembre-se: O tempo é mais poderoso que você! Uma árvore faz um milhão de fósforos. Mas apenas um fósforo é necessário para queimar milhões de árvores. Então seja e faça o bem."

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lewandowski deveria aplicar em João Paulo Cunha o mesmo rigor do caso do pescador de camarões


Circula na internet um texto muito interessante, que nos foi enviado pelo advogado Celso Serra, em que se faz uma comparação sobre dois processos em que atuou o ministro Ricardo Lewandowski. Um deles, o habeas corpus de um pescador; o outro, o processo do deputado João Paulo Cunha.

Brasileiros e brasileiras alfabetizados, o jornal O Estado de S. Paulo publicou editorial no dia 25/agosto/2012, no qual revela que a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julgou um pedido de habeas corpus impetrado por um pescador de Santa Catarina, condenado a um ano e dois meses de detenção por ter pescado 12 camarões, por violação da lei.

Relator do caso, o ministro Ricardo Lewandowski foi mais rigoroso com o pescador do que com o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), notório réu no processo do mensalão.

Lewandowski negou o habeas corpus pedido pelo pescador, alegando que a rede por ele usada tinha "malha finíssima". Assim, o pescador deveria continuar preso.

Ora, 12 camarões no máximo pesariam 1/2 quilo; no máximo valeriam R$ 10,00 (dez reais). A grana flagrada sendo embolsada por João Paulo Cunha no Valerioduto foi de R$ 50 mil, em apenas uma mensalidade.

E o impoluto ministro absolveu João Paulo Cunha sob a esfarrapada alegação que todos conhecem...

A Justiça, no caso do pescador atacado por Lewandowski, foi salva, pois os demais integrantes da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso e Gilmar Mendes, aplicaram ao caso o princípio da insignificância.

"É evidente a desproporcionalidade da pena aplicada, pois a causa é de crime famélico. É preciso encontrar outros meios de reprimir condutas como a dos autos, em que não parece razoável que se imponha esse tipo de sanção (a pena privativa de liberdade)", afirmou Gilmar Mendes.

Resumo da ópera bufa: para Lewandowski, quem pescar 12 camarões (equivalente a R$ 10,00) para comer deve ir para a prisão e lá permanecer; o político que embolsar R$ 50.000,00 de origem ilícita deve ser absolvido e permanecer no cargo de deputado federal e também, se for eleito prefeito, deve assumir e "cuidar" dos cofres municipais.

Se for filiado ao PT, é claro..., pois Paulo Maluf não teve nada a ver com essas decisões.

Autor: Carlos Newton O PESCADOR E O DEPUTADO

domingo, 26 de agosto de 2012

Aprenda com seus erros


Aprenda com seus erros e corra novamente atrás de seus sonhos. Se você realmente acredita que pode voar, então não existirá força alguma que o mantenha no chão. Lute por suas vontades, mas observe os seus limites. Tudo precisa de um tempo e tudo tem o seu devido momento. Espiritualize-se e ganhe forças. Fazemos parte do universo, somos seres cósmicos e filhos do criador.
Mestre é aquele que vence os seus próprios obstáculos. 
É aquele que consegue ouvir a voz da sua consciência.
É aquele que ensina o que aprende e o faz com amor.
O Mestre toma como aprendizagem todos os momentos de sua vida, até mesmo, um momento de dor...
André Victtor
Filhos do Arquiteto

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

“Com a devida vênia”, sem cotas!


Como bem disse Rui Barbosa: A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.

Antes de falar de um grande homem, que não precisou de cotas, gostaria de dizer que não será com as cotas que mudaremos o passado ou o futuro, é necessário colocar a educação como compromisso central dos governantes. 

Joaquim Benedito Barbosa Gomes (Paracatu, 7 de outubro de 1954) é um advogado, professor, jurista e magistrado brasileiro, e o atual vice presidente do Supremo Tribunal Federal.

Joaquim Barbosa nasceu em Paracatu, noroeste de Minas Gerais. É o primogênito de oito filhos. Pai pedreiro e mãe dona de casa, passou a ser arrimo de família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília, arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do Estado.

Foi Oficial de Chancelaria do Ministério das Relações Exteriores (1976-1979), tendo servido na Embaixada do Brasil em Helsinki, Finlândia e, após, foi advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) (1979-84).

Prestou concurso público para procurador da República, e foi aprovado. Licenciou-se do cargo e foi estudar na França, por quatro anos, tendo obtido seu mestrado e doutorado ambos em Direito Público, pela Universidade de Paris-II (Panthéon-Assas) em 1990 e 1993. Retornou ao cargo de procurador no Rio de Janeiro e professor concursado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Foi visiting scholar no Human Rights Institute da faculdade de direito da Universidade Columbia em Nova York (1999 a 2000) e na Universidade da Califórnia Los Angeles School of Law (2002 a 2003). Fez estudos complementares de idiomas estrangeiros no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na Áustria e na Alemanha. É fluente em francês, inglês, alemão e espanhol. Tocapiano e violino desde os 16 anos de idade.

Embora se diga que ele é o primeiro negro a ser ministro do STF, ele foi, na verdade, o terceiro, sendo precedido por Hermenegildo de Barros (de 1919 a 1937) e Pedro Lessa (de 1907 a 1921).

Assumiu em 2006 a relatoria da denúncia contra os acusados do mensalão feita pelo Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza. 

Em artigo comentando o julgamento, a Revista Veja escreveu: "O Brasil nunca teve um ministro como ele (…) No julgamento histórico em que o STF pôs os mensaleiros (e o governo e o PT) no banco dos réus, Joaquim Barbosa foi a estrela – ele, o negro que fala alemão, o mineiro que dança forró, o juiz que adora história e ternos de Los Angeles e Paris". Segundo a Veja: "O ministro Joaquim Barbosa, mineiro de 52 anos, votou em Lula, mas foi implacável na denúncia do mensalão (…)"

"O juiz não é nomeado para fazer favores com a justiça, mas para julgar segundo as leis." Platão
@jabsrs


Referências: http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Barbosa

terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Brasil não é para principiantes!


Vivemos a dor do conhecimento, felizes são aqueles que ignoram, dizem uns! Então, ser ignorante é bom? Depende, o Brasil tem problemas sérios na área de educação e não estou falando apenas das greves, escolas sucateadas e professores mal remunerados, estou falando do descaso governamental.

Ter um mínimo de cultura e entender metade do que está acontecendo no cenário político, social e econômico brasileiro, é deprimente, desolador e vergonhoso. 

Definitivamente, o Brasil não é para principiantes! Por que digo isso, porque o sistema penal e carcerário é precário para aqueles “bagrinhos”, mas, uma verdadeira mãe para aqueles abastados. Não estou levantando aqui, nenhuma discussão socioeconômica, estou falando de pessoas que são motivadas a cometer grandes crimes e desvios milionários, até bilionários, pois dois fatores impulsionam essa máquina corrupta, a impunidade e a morosidade dos órgãos competentes!

A justiça no Brasil, não é apenas cega, ela também é lenta e seletiva. Apenas 4,6% das ações penais abertas no Supremo Tribunal Federal desde 1998 foram julgadas. No caso do Superior Tribunal de Justiça, o índice é ainda menor: 2,2%.

Dos 130 processos já recebidos pela mais alta corte brasileira, seis foram concluídos. Todos terminaram em absolvição dos réus. Treze prescreveram antes de ir a julgamento.

No STJ, das 483 ações penais ajuizadas no mesmo período, 16 foram julgadas.
Houve condenação em cinco casos e absolvição em 11. Do total, 71 ações prescreveram antes do julgamento.

Os processos listados no levantamento são investigações contra parlamentares, ministros e governadores, que têm direito ao foro privilegiado, previsto na Constituição.

Vai vendo ...  

domingo, 29 de julho de 2012

Existência!



‎"Até onde conseguimos discenir, o único propósito da existência humana é acender uma luz na escuridão da mera existência."

Carl Gustav Jung

sábado, 14 de julho de 2012

Bliss - Don't Look Back




Don´t have to question
Everything you feel
It´s in your heart
In your mind
In your soul

Not everything you want
Is what you need
Look inside look inside
And you´ll see

Don´t look back
Take it easy on yourself
Don´t look back
Don´t have to worry
Don´t look back
Take it easy on yourself
This time

As we rise we fall
Fall to the ground
But get up get up on your feet
If you look around
There is always someone there
Just look up look up to the skies

Don´t look back
Take it easy on your self
Don´t look back
Don´t have to worry
Don´t look back
Take it easy on yourself
This time

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Bolha de sabão

O Rei Juan Carlos esteve com a presidente Dilma esta semana. Fico imaginando a chefe de estado do Brasil a dizer ao chefe de estado da Espanha: "Eu sou você, amanhã", tal como na propaganda de vodka. Não é difícil chegar a essa conclusão. A crise na Espanha começou quando se decidiu que a expansão imobiliária seria uma solução maravilhosa para o crescimento do país: criaria emprego na construção civil ao mesmo tempo em que resolveria o problema da habitação. Empregou-se muita gente e estrangeiros começaram a chegar aos milhares  para atender à demanda de mão-de-obra. Tijolo e concreto se tornaram sinônimos de riqueza. Áreas verdes foram cobertas por construções, assim como  o cinturão verde de muitas cidades.

Em poucos anos, o preço do metro quadrado disparou e o boom da construção atraiu especuladores. O metro quadrado da habitação subiu, mas os salários não. Os bancos, para manter a roda circulando, baixaram exigências para financiamentos, não se importando com a renda do financiado nem com as garantias. Imaginaram que se o imóvel estava se valorizando tanto, se o devedor não pudesse pagar, venderia o imóvel por mais preço e ainda sobraria dinheiro. E ofereceram crédito para comprar casa, carro, móveis, eletrodomésticos, viagens... A dívida se tornou fator de crescimento.

Mas aí, estourou a bolha dos Estados Unidos. Os espanhóis se retraíram, o consumo caiu, vieram as demissões e se descobriu que o país se sustentava tirando do futuro; nunca houve realmente riqueza nem subida na escala social. Você que me lê, e percebe as semelhanças, bata na madeira para torcer que por aqui não aconteça o mesmo. Os sinais são alarmantes: o PIB brasileiro do primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, aumentou apenas dois décimos por cento(0,2%). A inflação vai crescer o dobro do PIB neste ano.

Na Veja desta semana, a excelente Lya Luft chama de "ilusão" o que está acontecendo no Brasil. Ela mostra como também estamos sacando do futuro. "Palavras de ordem nos impelem a comprar, autoridades nos pedem para consumir, somos convocados a adquirir o supérfluo, até danoso, como botar mais carros em nossas ruas atravancadas ou em nossas péssimas estradas...Estamos enforcados em dívidas impagáveis, mas nos convidam a gastar ainda mais, de maneira impiedosa, até cruel."- escreveu ela.  Nossa bolha está inchada. E é de sabão.

Artigo de Alexandre Garcia Publicada em 11/06/2012 no Jornal da Manhã http://www.jmijui.com.br/publicacao-4845-Bolha_de_sabao.fire

sábado, 7 de julho de 2012

O governo não quer uma população capaz!


'O governo não quer uma população capaz de fazer pensamentos críticos. Ele quer trabalhadores obedientes. Pessoas inteligentes o suficiente para controlar as máquinas, e burras o bastante para aceitarem, pacificamente, a própria situação.'
George Carlin
#eleições2012 se o seu candidato não pensa em educação, esqueça!

A principal meta da educação

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean Piaget)

domingo, 1 de julho de 2012

Exilado ético!

Exílio, do latim exilium, banimento, degredo é o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definida como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. 

A pena de Exilium era considerada pela maioria dos Romanos pior do que a pena capital. Estar em exílio significava que você era levado à condição de um animal: Não poderia usar água ou fogo na preparação dos alimentos, não poderia entrar uma habitação que não a feita pelas próprias mãos e, muito provavelmente, enquanto durasse o exílio não iria falar com outro ser humano.

Uma vez definida a origem da palavra, me defino como um “exilado ético”, vou explicar:
Depois de vivermos sob o domínio da ditadura, onde o pouco que sabíamos, não podíamos comentar ou sequer sussurrar, sob pena de prisão, tortura e exílio para alguns sortudos, sim, sortudos, que viviam fora do país, enquanto muitos morriam em nome da luta pela democracia, outros tantos gozaram o status de mártir “vivo”, retornando mais tarde ao país como heróis, afinal, heróis em que? Em partir? Em deixar os “companheiros” morrendo, o povo oprimido?

Hoje vivemos a tal “democracia”, ainda jovem e cheia de dúvidas e imperfeições ...

Mais uma vez aqueles exilados, sim, o que saíram para voltar como heróis, prometem o novo mundo, pregam a igualdade, aquela velha máxima do socialismo. Segundo Friedrich Engels, um dos fundadores da teoria socialista moderna, e o socialista utópico Henri di Saint Simon defendem a criação de uma sociedade que permite a aplicação generalizada das tecnologias modernas de racionalização da atividade econômica, eliminando a anarquia na produção do capitalismo. Isto iria permitir que a riqueza e o poder fossem distribuídos com base na quantidade de trabalho despendido na produção, embora haja discordância entre os socialistas sobre como e em que medida isso poderia ser conseguido.

O PT, que vendia a bandeira de ser contra a tudo isso que existiu antes, conseguiu trazer para o seu bojo, intelectuais, “heróis” exilados, os sindicatos de onde saiu o seu líder e a população mais pobre, aquela esquecida por todos os partidos, segundo amplamente difundido pelo discurso do PT.

Chegaram ao poder, com a máxima “a esperança venceu o medo”, não sei medo de que, mas enfim, no poder, descobriram que seria importante ter aliados, ainda que estes fossem “inimigos” do passado, e assim foram juntar-se aos velhos costumes e práticas! Não contentes com esse fato, descobriram que poderiam comprar os demais partidos, loteando cargos em Ministérios, Estatais e com a distribuição de verba via emendas parlamentares! Mas ainda faltava encontrar uma fórmula de continuar no poder!

Surgiu então a grande ideia, anteriormente já difundida por outros partidos, trazer os pobres para o seu lado! Qual é a maior necessidade dessa parcela? Muitos vivem na completa miséria, mas estes não votam, não tem filhos na escola, esses continuam esquecidos nas ruas. Então vamos aos pobres que tem título eleitoral, que conseguem apertar números copiados de “santinhos”, muitos, mal sabem escrever, não debatem com os amigos, não tem cultura política e sequer conhecem a história do Brasil, mas eles votam, eles estão sedentos para consumir, pois, mesmo que não exista uma geladeira cheia na casa, a TV esta ligada, mostrando a vida de “novela” que todos querem ter, então, vamos fazer esse povo consumir, mesmo que isso custe o endividamento e comprometimento do futuro!

O projeto é simples, vamos distribuir renda junto a essas pessoas e dar o poder de compra, esqueçam as necessidades básicas, saneamento, emprego, segurança saúde, educação, sequer estou falando de educação financeira, pois isso é algo que nem a classe média sabe usar a seu favor, quando muito alguns leram um livro de “autoajuda” do estilo meu queijo qualquer coisa!

Vamos transferir uma parcela do que é arrecadado, para o povo, então surgiu o “bolsa família’! A coisa mais maquiavélica já inventada e que assumiu a bandeira da bondade, defendida pelos intelectuais de plantão, esquerdistas convictos e alienados em geral, para esses eu digo: "A maneira mais segura de perpetuar a miséria é dar esmolas aos pobres, em vez de escolas e empregos." (B. Calheiros Bomfim)

Na carona surgiram todas as benesses possíveis para manter essa parcela adormecida em seu devido lugar, como assim, alguns dirão! Seu devido lugar? Sim, seu lugar é sonhando na frente da televisão, sem cultura de fato, sem poder pensar, questionar, analisar, protestar, resumidamente, o povo esta dominado, no cabresto dos programas “sociais”.

Cada vez mais dependente, o povo jamais sonha em tirar do poder quem todo mês envia dinheiro para a sua família, mesmo que na esfera do poder, esse mesmo partido esteja envolvido em escândalos de todo tipo. Sequer Silvio Santos foi tão esperto, jogando aviões de papel moeda para sua plateia.

Fico pensando se juridicamente isso é correto, todo mês o governo enviar dinheiro para uma família, pelos simples fato dela ser pobre! Essa pessoa não tem uma contrapartida para com o governo, governo? Eu pago os impostos, vc paga os impostos, governo não produz! Eu fui consultado quanto ao fato de distribuir dinheiro? Vamos em frente, foi apenas um desabafo!

Defendo em outro artigo, nesse mesmo blog, que os projetos precisam ter fim, precisamos definir uma meta e cada programa social, deveria ter uma contrapartida, para que a pessoa assistida retorne algo para a sociedade! Qualquer assistencialismo, deveria estar vinculado a um programa de inclusão social de fato, com educação, treinamento técnico, qualificação e a verdadeira inclusão desses indivíduos na sociedade, com dignidade e principalmente com sua autoestima recuperada. Isso só é possível através do trabalho digno, qualquer outra forma é escravizar e tornar essa pessoa dependente. Link para o artigo que trata do Brasil, o país dos projetossem fim

Então, sem mais delongas eu concluo, sou um exilado ético, em meu próprio país, me resta apenas observar e algumas vezes desabafar e protestar! Falta transparência, justiça, ética, moral, amor à pátria. Todos olham para o seu próprio umbigo, mas lembrem-se, toda vez que alguma coisa da errada lá em cima, quem paga a conta somos nós!

twitter @jabsrs

sábado, 23 de junho de 2012

Não quero olhar para trás


'Não quero olhar para trás, lá na frente, e descobrir quilômetros de terreno baldio que eu não soube cultivar.
Calhamaços de páginas em branco à espera de uma história que se parecesse comigo.
Não quero perceber que, embora desejasse grande, amei pequeno.'


Ana Jácomo

sábado, 9 de junho de 2012

Aristóteles: o homem bom e o bom cidadão!



Aristóteles pergunta-se se as qualidades de um homem bom são as mesmas ou não do que as de um bom cidadão. No fundo, é a discussão de um tema que em linguagem moderna chamamos de “ética e política”. Devido à atualidade da questão, convém um breve exame do problema no pensamento de Aristóteles.

Para o pensador grego, é preciso responder a duas questões: do que depende ser um bom cidadão e o do que depende ser um homem bom. Comecemos pela primeira. Para Aristóteles, somente é cidadão quem exerce poder na administração do Estado. Assim sendo, ser um bom cidadão ou não depende do tipo de governo. Para Aristóteles estava claro que era impossível ser bom cidadão num governo injusto. É preciso lembrar que governo injusto é aquele no qual o poder é exercido em favor dos interesses privados daqueles que ocupam o mando no Estado. Nesta situação, somente um ou alguns exercem alguma função pública. Por isso, é impossível ser cidadão num regime injusto.

Do que depende ser um “homem bom”? Para Aristóteles, depende da posse das virtudes em grau máximo. É um homem bom a pessoa cujas qualidades são as melhores, são excelentes. Todo governante, na opinião do pensador grego, deveria ser necessariamente um homem bom. Era inadmissível para ele que aqueles que exercem o poder máximo no Estado não fossem também as pessoas mais virtuosas.

Aristóteles tinha plena consciência de que na comunidade política era impossível que todos os cidadãos fossem igualmente homens bons. Isso, porém, não impedia que cada um fosse um “bom cidadão”. Isto é, uma pessoa que cumpre com sua função na vida da coletividade. O governante, porém, deveria possuir necessariamente as qualidades éticas que o distinguiam acima de todos os demais.

A lição do grande pensador grego é uma crítica tanto aos governantes quanto aos cidadãos. Os primeiros são alertados para a necessidade de primarem pela virtude. Somente os homens virtuosos podem aspirar o comando sobre a coletividade. Os medíocres, os falsos, os mentirosos, os desonestos sequer poderiam ser admitidos à vida coletiva. O destino deles seria, no tempo de Aristóteles, a expulsão da comunidade. Para nós, na cadeia! Haja lugar para toda essa gente!

O aviso aos cidadãos em geral é para a necessidade de cada um assumir seu lugar na vida da comunidade. Quem se omite, não participa dos mecanismos criados para discutir e decidir sobre o bem estar geral também não merece viver na comunidade. Deveria ser expulso do convívio dos demais. Viver é conviver. Para isto não basta ter Carteira de Identidade e Título de Eleitor. É preciso querer e procurar a participação.

*José Luiz Ames é doutor em Filosofia e professor da UNIOESTE, Campus de Toledo.
texto do blog http://www.orecado.org/2004/03/aristoteles-o-homem-bom-e-o-bom-cidadao/
compartilhando para que mais pessoas possam conhecer esse artigo brilhante!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A Filosofia!

“A filosofia de uma pessoa não é melhor expressa em palavras; ela é expressa pelas escolhas que a pessoa faz. A longo prazo, moldamos nossas vidas e moldamos a nós mesmos. O processo nunca termina até que morramos. E, as escolhas que fizemos são, no final das contas, nossa própria responsabilidade.” Eleanor Roosevelt

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Devemos lutar pelo fim do Foro Privilegiado!


O foro privilegiado, tribunal de exceção, ou foro por prerrogativa de função é, como o próprio nome diz, um privilégio concedido a autoridades políticas de ser julgado por um tribunal diferente ao de primeira instância, em que é julgada a maioria dos brasileiros que cometem crimes.

Apenas os crimes de responsabilidade e os comuns de natureza penal são submetidos a essa regra. Os demais ilícitos, entre os quais está o de improbidade administrativa, submetem-se ao foro comum, juízes de Direito e Juízes federais, de acordo com o caso.

São beneficiados pelo foro privilegiado, na Constituição Federal:

No Supremo Tribunal Federal:
Presidente e vice-presidente da República;
Deputados federais;
Senadores;
Ministros de Estado;
Procurador-geral da República;
Comandantes da Marinha do Exército e da Aeronáutica;
Membros do Tribunal de Contas da União;
Membros dos tribunais superiores (STF, STJ, TST, TSE e STM);
Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
No Superior Tribunal de Justiça:
Governadores;
Desembargadores dos Tribunais de Justiça;
Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;
Membros dos Tribunais Regionais Federais,
dos Tribunais Regionais Eleitorais
e dos Tribunais Regionais do Trabalho;
Membros dos conselhos e Tribunais de Contas dos municípios;
Membros do Ministério Público da União que atuem nos tribunais

No Tribunal de Justiça
Prefeito
Deputado Estadual

As Constituições Estaduais podem prever foro privilegiado para outros cargos políticos (secretário de estado, vice-governador, vice-prefeito, vereadores, procuradores do estado, membros da advocacia pública)!

Tribunal Regional Federal

A competência do Tribunal de Justiça para julgar Prefeitos restringe-se aos crimes de competência da Justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau (súmula 702, STF)

O foro privilegiado é uma herança deixada pela política adotada no tempo que o Brasil era uma colônia portuguesa.

Naquele tempo, onde a escravidão era uma coisa normal, não se admitia que um político ou uma pessoa "importante" para a colônia fosse julgada da mesma maneira que um cidadão comum. Mesmo com o pensamento arcaico, antes mesmo da lei áurea, a Constituição de 1824 já dispunha de cláusulas que visavam igualdade de todas as pessoas perante a lei. Seu art. 179, XVII já dizia: "À excepção das Causas, que por sua natureza pertencem a Juízos particulares, na conformidade das Leis, não haverá Foro privilegiado, nem commissões especiaes nas causas cíveis, ou crimes".

A proibição de foro privilegiado nas Constituições brasileiras – sempre expressa no capítulo dedicado aos direitos e garantias individuais – prosseguiu após a instauração da República. "À excepção das causas, que, por sua natureza, pertencem a juízos especiaes, não haverá foro privilegiado", prescrevia, de forma taxativa, o art. 72, § 23, da primeira Constituição republicana, de 1891.

A Constituição de 1934, por sua vez, inovou, agregando à cláusula proibitiva, no art. 113, nº 25, a vedação de tribunais de exceção: "Não haverá foro privilegiado nem tribunaes de excepção; Na Constituição de 1946 preceituava o art. 141, § 26, que explicitava a proibição ao foro: "não haverá foro privilegiado nem juízes e tribunais de exceção".

O art. 153, § 15, da Constituição de 1967 (ditadura militar), inalterado pela Emenda Constitucional nº 1 de 1969, manteve a proibição, nos seguintes termos: "A lei assegurará aos acusados ampla defesa, com os recursos a ela inerentes. Não haverá fôro privilegiado nem tribunais de exceção".

Já a Constituição de 1988, embora considerada a mais democrática de todas as Constituições brasileiras, não previu expressamente a vedação de foro privilegiado. Pelo contrário, estabelece até mesmo quem terá direito ao foro. Apesar disso, o seu art. 5o, XXXVII, dispõe que "não haverá juízo ou tribunal de exceção", tornando nossa atual carta magna ambígua, abrindo brechas para políticos e alguns "privilegiados" cometerem crimes sem receber punição alguma.

Atualmente, muitos intelectuais, alegam que constitucionalmente legal ou não, o foro privilegiado, devido ao fato de contribuir para indiscutivelmente o maior mal da política brasileira, a corrupção, deve ser revisto, em prol de um eficiente combate aos corruptores e do combate à impunidade.

Muito pouco está sendo feito para a extinção do foro privilegiado. Pelo contrário, recentemente, o Supremo Tribunal Federal contribuiu explicitamente para a ampliação para ex-políticos do foro privilegiado no Direito brasileiro.

O instituto enfrenta sérias críticas da imprensa, da sociedade e de alguns doutrinadores com base na morosidade e ineficiência na condenação dos julgados. Segundo levantamento realizado pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), com o benefício, os tribunais superiores recebem mais processos contra autoridades do que são capazes de julgar. Apenas 4,6% das ações penais abertas no Supremo Tribunal Federal desde 1998 foram julgadas. No caso do Superior Tribunal de Justiça, o índice é ainda menor: 2,2%.

Dos 130 processos já recebidos pela mais alta corte brasileira, seis foram concluídos. Todos terminaram em absolvição dos réus. Treze prescreveram antes de ir a julgamento.

No STJ, das 483 ações penais ajuizadas no mesmo período, 16 foram julgadas.
Houve condenação em cinco casos e absolvição em 11. Do total, 71 ações prescreveram antes do julgamento.

Os processos listados no levantamento são investigações contra parlamentares, ministros e governadores, que têm direito ao foro privilegiado, previsto na Constituição.

@jabsrs :.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Que é então o perseguidor?


"Que é então o perseguidor? É aquele cujo orgulho ferido e o fanatismo em furor irritam o príncipe ou magistrados contra homens inocentes , cujo único crime consiste em não serem da mesma opinião."
- Voltaire

terça-feira, 15 de maio de 2012

Não devemos confundir liberdade de falar com liberdade de expressão!


Com 10 dos 103 jornalistas assassinados no mundo em 2011, segundo o Instituto Internacional de Imprensa (IPI), o México foi o país mais perigoso para o exercício do jornalismo -à frente até do Iraque, com nove mortos. (De acordo com o mesmo levantamento, o Brasil teve cinco mortes de jornalistas, empatado com Chile e Líbia. A América Latina figura como a região mais perigosa do planeta para a profissão.

A ONU se diz “alarmada” pelo número de jornalistas executados no Brasil em 2012 e cobra “medidas imediatas” do governo para garantir proteção. O jornalista Décio Sá, de 42 anos, foi assassinado no Maranhão. Ele foi a quarta vítima entre jornalistas apenas nos últimos quatro meses, o que coloca o Brasil como o líder por enquanto no número de mortes na América Latina.

Apenas em fevereiro passado, dois jornalistas brasileiros foram assassinados em uma semana. Até o momento, ninguém foi preso, em qualquer caso, o Brasil é o 11º país do mundo em que os assassinatos de jornalistas mais ficam impunes. O índice aponta que no Brasil, nos últimos dez anos não resultaram em nenhuma condenação cinco mortes de jornalistas.

Não podemos confundir liberdade de falar, seja nas ruas, nas festas, nas reuniões, nas mídias sociais, com a liberdade de expressão, amparada no direito, na CF, na segurança, na aceitação de opiniões diversas e na própria oposição democrática que um país precisa ter!

Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral.

A liberdade de expressão, sobretudo sobre política e questões públicas é o suporte vital de qualquer democracia. Os governos democráticos não controlam o conteúdo da maior parte dos discursos escritos ou verbais. Assim, geralmente as democracias têm muitas vozes exprimindo idéias e opiniões diferentes e até contrárias.

Segundo os teóricos da democracia, um debate livre e aberto resulta geralmente que seja considerada a melhor opção e tem mais probabilidades de evitar erros graves.

"A imprensa é o dedo indicador." Hugo , Victor

Bibliografia:
- Jamil Chade - Estadão
- Manoel Dutra
- Gazeta do Povo

@jabsrs

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais!


A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real.
Rui Barbosa

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A conquista da liberdade!


“A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira, que por medo da bagunça, preferimos, normalmente, optar pela arrumação."
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Numa grande mentira há sempre uma certa força de credibilidade


"Numa grande mentira há sempre uma certa força de credibilidade; porque assim o povão é mais facilmente corrompido, já que na primitiva simplicidade de suas mentes eles são mais enganados por grandes mentiras do que por pequenas. Como nunca lhes ocorreria fabricar mentiras tão colossais, eles não podem acreditar que outros possam ter a imprudência de distorcer a verdade de forma tão grotesca. Mesmo que apresentem fatos claros que corroborem a existência de uma grande mentira, eles, mesmo assim, duvidarão, hesitarão e continuarão pensando que deve haver uma outra explicação."
Adolf Hitler em Mein Kampf.



segunda-feira, 19 de março de 2012

À margem de nós mesmos ...

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

Condição humana

‎"Arte não é adorno, Palavra não é absoluta, Som não é ruído, e as Imagens falam, convencem e dominam. A esses três Poderes-Cidadãos não podemos renunciar, sob pena de renunciarmos à nossa condição humana." 
Augusto Boal

Oportunidade ...

E se me dessem, um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguia sempre,sempre em frente...E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...

Mario Quintana

domingo, 18 de março de 2012

A distinção entre crime e justiça

"Quando um homem quer matar um tigre, chama a isso desporto; quando é o tigre que quer matá-lo, chama a isso ferocidade. A distinção entre crime e justiça não é muito grande."

Shaw , Bernard

Pesquisa mostra penúria de municípios ...


A mistura de despesas elevadas com funcionalismo, receita própria reduzida e investimentos escassos ou até inexistentes leva duas em cada três cidades brasileiras (63,5%) a viver situação financeira difícil ou crítica. O retrato está no Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), elaborado pela Federação das Indústrias do Rio com dados de 2010 para medir a qualidade da administração financeira das cidades. Só 95 (1,8%) das 5.266 prefeituras avaliadas tiveram a gestão das contas considerada de excelência, com conceito A.

O levantamento, que ajuda a explicar a desproporção entre a qualidade dos serviços públicos e a elevada carga tributária brasileira, mostra que Sul e Sudeste abrigam 81 das 100 municipalidades com melhor desempenho nas finanças. Na ponta inversa, as 93 piores administrações estavam no Norte e no Nordeste - em correlação forte, mas não automática, com a renda.

Dez anos após a edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a média dos municípios levou a um IFGF Brasil de 0,5321 em 2010, 1,9% a mais do que o resultado de 2006, base de comparação estabelecida no trabalho. O resultado de 2010 coloca o IFGF nacional no nível de "gestão em dificuldade" e foi negativamente influenciado pelos gastos com pessoal das cidades, cujo indicador caiu de 0,6811 para 0,5773 - menos 15,2%.

Estabilidade no custo da dívida (piora de 0,3%) e avanço modesto na receita própria (6,9%) completaram o quadro ruim. A reduzida melhora foi garantida pelo avanço nos investimentos (9,5%) e na administração dos restos a pagar (16,3%), sob a influência do crescimento recorde de 7,5% da economia em 2010. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Copyright © 2012 Agência Estado. Todos os direitos reservados.

sábado, 17 de março de 2012

Segurança no twitter, fique atento!


Tenho observado com apreensão algumas atitudes nada corretas no twitter, mas é assim mesmo, gente boa e ruim tem em todo lugar! Já estamos acostumados em ver a turma do #seguequesigodevolta que basta ignorar, isso vale para aqueles que seguem pessoas com conteúdo, eu não estou no tt para ser celebridade e ter milhões de seguidores! Voltando ao tema, observei nessa semana que surgiram coisas novas e brechas de segurança no twitter, além dos famosos “ovos” (gente sem avatar) que ficam mandando links “encurtados” (uma ferramenta interessante que faz os links ficarem menores na TL [time line]) servem também para malandros mandarem links para páginas com vírus, * trojans, ** scripts e até mesmo sites pornográficos.

Acredito que seria interessante o twitter implementar “features” para que possamos nos proteger dos “mal intencionados” que usam essa ferramenta maravilhosa (twitter) para difundir “pragas virtuais” e expor vulnerabilidades, colocando em risco nossos computadores! Uma forma simples, seria passar o mouse sobre o link encurtado e saber o destino da página, se não confiarmos no destino, simplesmente não abrimos! 

Fiquem atentos a links “encurtados” enviados por desconhecidos, nunca sabemos o que vai ter quando o site abrir. #ficaAdica
@jabsrs


* Trojan: Um Cavalo de Troia (em inglês Trojan horse) é um malware (programa malicioso) que age como a lenda do cavalo de Troia, entrando no computador e liberando uma porta para uma possível invasão e é fácil de ser enviado, é só clicar no ID do computador e enviar para qualquer outro computador.

** Script: Um script malicioso simplista pode funcionar conforme o seguinte. Se um aplicativo permite aos usuários enviar comentários sobre os filmes mais recentes para outros que usuários possam ler, as etapas de vulnerabilidade podem ser:

- O aplicativo exibe um formulário onde os usuários inserem comentários. O usuário mal-intencionado grava um comentário que inclui um bloco
- O formulário é remetido e o comentário do usuário mal-intencionado é armazenado em um banco de dados.
- Outro usuário visita o site. Quando a página é construída, ele lê comentários fora do banco de dados e os coloca na página. O bloco

quarta-feira, 14 de março de 2012

domingo, 4 de março de 2012

O que deve caracterizar a juventude ...

“O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu carácter.“ Sócrates

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A grande contradição brasileira


Mais e mais cresce a convicção, inclusive entre os economistas seja do establisment seja da linha neokeynesiana, de que nos acercamos perigosamente dos limites físicos da Terra. Mesmo utilizando novas tecnologias, dificilmente poderemos levar avante o projeto do crescimento sem limites. A Terra não aguenta mais e somos forçados a trocar de rumo.

Economistas como Ladislau Dowbor entre nós, Ignace Sachs, Joan Alier, Herman Daly, Tim Jack e Peter Victor e bem antes Georgescu-Roegen, incorporam organicamente o momento ecológico no processo produtivo.

Especialmente o inglês T. Jack se celebrizou pelo livro “Prosperidade sem crescimento”(2009) e o canadense P. Victor pelo “Managing sem crescimento” (2008).

Ambos mostraram que o aumento da dívida para financiar o consumo privado e público (é o caso atual nos países ricos), exigindo mais energia e uso maior de bens e serviços naturais, não é de modo algum sustentável.

Os Prêmios Nobel como P. Krugman e J. Stiglitz, porque não incluem explicitamente em suas análises os limites da Terra, caem na armadilha de propor como saída para a crise atual um maior gasto público no pressuposto de que este produzirá crescimento econômico e maior consumo com os quais se pagarão mais à frente as astronômicas dívidas privadas e públicas.

Já dissemos à saciedade que um planeta finito não suporta um projeto desta natureza que pressupõe a infinitude dos bens e serviços. Esse dado já é assegurado.

O que Jack e Victor propõem é uma “prosperidade sem crescimento”. Nos países desenvolvidos o crescimento atingido já é suficiente para permitir o desabrochar das potencialidades humanas, nos limites possíveis do planeta. Então chega de crescimento.

O que se pode pretender é a “prosperidade” que significa mais qualidade de vida, de educação, de saúde, de cultura ecológica, de espiritualidade etc. Essa solução é racional mas pode provocar grande desemprego, problema que eles resolvem mal, apelando para uma renda universal básica e uma diminuição de horas de trabalho.

Não haverá nenhuma solução sem um prévio acerto de como vamos nos relacionar com a Terra, amigavelmente, e definir os padrões de consumo para que todos tenham o suficiente e o decente.

Para os países pobres e emergentes se inverte a equação. Precisa-se de “crescimento com prosperidade”. O crescimento é necessário para atender as demandas mínimas dos que estão na pobreza, na miséria e na exclusão social. É uma questão de justiça: assegurar a quantidade de bens e serviços indispensáveis.

Mas simultaneamente deve-se visar a prosperidade que tem a ver com a qualidade do crescimento. Há o risco real de que sejam vítimas da lógica do sistema que incita a consumir mais e mais, especialmente bens supérfluos.

Então acabam agravando os limites da Terra, coisa que se quer exatamente evitar. Estamos face a um angustiante círculo vicioso e não sabemos como fazê-lo virtuoso sem prejudicar a sustentabilidade da Terra viva.

A contradição vivida pelo Brasil é esta: urge crescer para realizar o que o governo petista fez: garantir os mínimos para que milhões pudessem comer e, por políticas sociais, serem inseridos na sociedade. Para as classes já atendidas, precisa-se cobrar menos crescimento e mais prosperidade: melhorar a qualidade do bem viver, da educação, das relações sociais menos desiguais e mais solidariedade a partir dos últimos.

Mas quem vai convencê-los se são violentamente cooptados pela propaganda que os incita ao consumo?

Ocorre que até agora os governos apenas fizeram políticas distributivas: repartiram desigualmente os recursos públicos. Primeiro garantem-se 140 bilhões de reais para o sistema financeiro a fim de pagar a dívida pública, depois para os grandes projetos e somente cerca de 60 bilhões para as imensas maiorias que só agora estão ascendendo.

Todos ganham mas de forma desigual. Tratar de forma desigual a iguais é grande injustiça. Nunca houve políticas redistributivas: tirar dos ricos (por meios legais) e repassar aos que mais precisam. Haveria equidade.

O mais grave é que com a obsessão do crescimento estamos minando a vitalidade da Terra. Precisamos de um crescimento mas com uma nova consciência ecológica que nos liberte da escravidão do prudutivismo e do consumismo.

Esse é o grande desafio para enfrentar a incômoda contradição brasileira.


Leonardo Boff é teólogo e filósofo e autor de "Sustentabilidade: o que é e o que não é", Vozes, Petrópolis 2012.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=432550&ch=n

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Por que o Facebook funciona, e a democracia não!

Este ano, o Facebook atingirá a marca de 1 bilhão de usuários — ou um sétimo da população humana.  Isto significa que esta rede social induziu uma quantidade de participação popular maior do que qualquer outro governo no mundo, exceto Índia e China, e provavelmente irá superar estas duas nações dentro de um ano ou dois.  E enquanto várias pessoas ao redor do mundo fogem de seus governos tão logo se tornam capazes, cada vez mais pessoas se juntam voluntariamente ao Facebook.
Qual é a lógica?  Qual é a força motriz?  Qual é o agente da mudança?

Sim, o software funciona muito bem, e sim, os administradores e proprietários têm mentes empreendedoriais.  Porém, o real segredo do Facebook é a sua engrenagem humana interna — os usuários individuais —, a qual acaba sendo um espelho da maneira como a própria sociedade se forma e se desenvolve.

A melhor maneira de ver e compreender isto é comparando o funcionamento do Facebook com o funcionamento do processo político democrático.  Observar o progresso do Facebook é algo divertido, produtivo, fascinante, proveitoso e evolutivo.  Por outro lado, vivenciar um período eleitoral é sempre algo desagregador, fatigante, incômodo, inútil, destrutivo, amargo e completamente perturbador.

E é assim porque o Facebook e a democracia funcionam seguindo princípios completamente distintos.

O Facebook se baseia no princípio da liberdade de associação.  Você decide se associar a alguém ou a algum grupo, ou simplesmente se recusa a se associar.  Você pode ter um só amigo ou milhares de amigos.  Você compartilha as informações que quer compartilhar e mantém ocultas aquelas que você não quer que se tornem públicas.  Você utiliza a plataforma somente para seu proveito próprio, podendo se recusar a utilizá-la para qualquer outro propósito.

A contribuição que você dá ao Facebook é um prolongamento das coisas que você melhor conhece: você próprio, seus interesses, suas atividades, suas ideias.  O princípio do individualismo — você é o melhor gerente da sua vida — é a engrenagem que move a máquina.  Assim como não há duas pessoas iguais, também não há duas pessoas que terão exatamente a mesma experiência ao utilizarem a plataforma.  Todas as opções são personalizadas e individualizadas de acordo com os interesses e desejos de cada usuário.

Mas, é claro, você está interessado em outras pessoas também, e assim você solicita uma relação ou uma associação.  Se elas concordarem, vocês se conectam e formam algo mutuamente satisfatório.  Você escolhe quem incluir e quem excluir, gradualmente formando a sua própria e exclusiva rede de associações, a qual irá se basear em quaisquer critérios seletivos que você queira.  As redes crescem continuamente por meio destes princípios do individualismo e da escolha.  Trata-se de um processo cooperativo em constante evolução — exatamente aquele que Hans-Hermann Hoppe descreve como sendo a fundação da própria sociedade.

Já as eleições democráticas, por sua vez, aparentemente também dizem respeito a escolhas.  Porém, trata-se de uma escolha sobre quem irá controlar toda a plebe.  O resultado de uma eleição coloca todos os usuários sob a mesma personalização, sob a mesma configuração, independentemente de qual seja o desejo de cada indivíduo.  Você é obrigado a participar do sistema pelo simples fato de ter nascido dentro dele.  Claro, você pode decidir em quem votar, mas você não pode optar por não ter sua vida controlada pelo vencedor da eleição.

Dentro deste sistema democrático, você automaticamente ganha centenas de milhões de "amigos", queira você ou não.  Estes falsos "amigos" (ou "amigos" fakes) são designados para você em virtude de uma fronteira geográfica que foi delineada por líderes governamentais muitos anos atrás.  Estes "amigos" irão postar mensagem na sua página constantemente.  Seu 'feed de notícias' mostrará uma contínua e implacável série de exigências e obrigatoriedades.  Você não pode apagar estas postagens e nem marcá-las como spam.  As receitas do sistema não são obtidas por meio da publicidade, mas sim extraídas de você pelo simples fato de estar dentro do sistema.

Nada é realmente voluntário em uma eleição.  Independentemente do resultado, você estará vinculado a ele.  Se os eleitores forem majoritariamente jovens, o candidato A tende a vencer.  Se forem majoritariamente religiosos, o candidato B irá prevalecer.  Se forem majoritariamente lobistas ou membros de grupos de interesse, o candidato C será o vitorioso.  Tudo será decidido pela demografia, mas haverá apenas um vencedor sob este sistema.

Portanto, uma eleição tem necessariamente de ser uma batalha entre as pessoas, uma luta, uma briga incruenta, uma investida para impor a sua vontade e sobrepujar os interesses e desejos dos outros.  Ao final, os mestres apenas se voltam para nós e dizem que, não importa qual tenha sido o resultado, devemos estar todos felizes por termos podido participar do processo. O individual deve render-se ao coletivo.

Asseguram-nos que isso significa que o sistema funcionou.  Mas funcionou em que sentido?  Funcionou apenas no sentido de que a minoria bem-organizada levou a melhor sobre a maioria difusa.  Isso é tão pacífico quanto uma luta de vale-tudo.

Já o Facebook não tem nada a ver com este absurdo.  Suas comunidades são criações exclusivamente suas, uma extensão de suas vontades e da harmonia delas com as vontades alheias.  As comunidades crescem baseando-se no princípio da vantagem mútua.  Se você cometer um erro e adicionar uma pessoa indesejada, você pode esconder as postagem dela ou mesmo desfazer sua amizade com ela.  Isto irá gerar mágoas, é claro, mas não configura uma ação violenta: afinal, não se trata de roubo ou assassinato.

Seus amigos no Facebook podem ser de qualquer lugar do mundo.  Eles diariamente fazem "check in" em várias locações, registrando suas jornadas.  Não importa se o seu amigo mora em Pequim ou está em viagem para Buenos Aires; o Facebook torna possível aquilo que podemos chamar de associações humanas geograficamente não-contíguas.  Diferenças idiomáticas podem representar barreiras à comunicação, mas mesmo elas podem ser superadas.

Já a democracia está totalmente vinculada à geografia.  Você vota em uma localização especificada por uma instância superior.  Seu voto é amontoado junto aos votos de todas as outras pessoas que vivem em seu município, produzindo assim um resultado único para a sua localidade, desta forma fazendo com que seus reais desejos sejam instantaneamente fundidos aos desejos de todos estes outros indivíduos.  Ato contínuo, estes votos são novamente fundidos em um novo nível geográfico, desta vez estadual e, depois, finalmente, nacional.  Neste ponto, todas as suas preferências já se vaporizaram.

Algumas vezes, as pessoas enjoam do Facebook.  Elas repentinamente começam a considerá-lo tedioso, infantil, bobo, uma perda tempo.  Alguns passam a considerá-lo até mesmo invasivo.  Perfeito.  Você pode sair quando quiser.  Vá até suas configurações, desative todas as notificações e passe um período sabático.  As pessoas podem reclamar a sua ausência, mas trata-se da sua escolha estar ali ou não.  Você pode até deletar sua conta completamente sem nenhum inconveniente.  Depois você pode voltar caso deseje ou até mesmo entrar em outra rede social.

Agora, tente fazer isso na democracia.  Você não pode cancelar sua inscrição.  Você está automaticamente inscrito no sistema por toda a sua vida, e nem mesmo uma mudança de residência, até mesmo para outro país, pode mudar isso.  É extremamente difícil deletar a sua conta, mesmo renunciando à sua cidadania.  Os líderes da democracia ainda assim irão perseguir e acossar você.

Podemos aprender várias lições com o Facebook e com todas as outras redes sociais que a internet nos trouxe.  São mais do que simples websites; são modelos de organização social que transcendem as velhas formas.  Se a nossa vida se tornasse mais parecida com uma rede social, veríamos um real progresso no caminhar da civilização.  Se persistirmos no velho modelo de integração democrática forçada, continuaremos vivenciando nosso atual declínio.





Jeffrey Tucker
é o presidente da  Laissez-Faire Books e consultor editorial do mises.org.  É também autor dos livros It's a Jetsons World: Private Miracles and Public Crimes e Bourbon for Breakfast: Living Outside the Statist Quo


Tradução de Leandro Roque

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Quem luta com monstros



Quem luta com monstros deve velar por que, ao fazê-lo, não se transforme também em monstro. E se tu olhares, durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olha para dentro de ti. Friedrich Nietzsche

O que o Brasil foi fazer em Cuba?


Vejo os amigos revoltados com o apoio do Brasil ao regime autoritário dos irmãos “Castro”, outros revoltados com investimentos pesados na ordem de R$ 1,2 BILHÕES na ilha, então eu vou tentar explicar o real motivo do interesse brasileiro em Cuba.

Primeiramente gostaria de deixar clara uma opinião, o PT, precisa do povo para continuar no poder, mas no fundo, é um partido que se transformou no grande apoiador da elite brasileira, das grandes construtoras e produtores.

Cuba é o lugar mais próximo do maior consumidor do planeta, EUA, todos sabemos das grandes dificuldades brasileiras de produzir e transportar o que produz com custos baixos, todos sabemos que nossas estradas estão sucateadas, assim como nossos aeroportos e portos. Mas por que o Brasil quer investir em Cuba? Porque a produção de insumos poderá ser transportada a baixo custo para o maior cliente do planeta!

Modernizar um porto em Cuba, significa criar uma estratégia logística de baixo custo e mão de obra idem! Eles não apóiam um regime declaradamente decadente, eles apóiam as grandes construtoras brasileiras e os grande produtores, pagadores das campanhas políticas. Esqueçam ideologia, esqueçam regimes políticos, o regime do dinheiro sempre será prioritário frente a qualquer pensamento ideológico, ao contrário de que muitos pensam, o capitalismo não tem fim, ele não é justo, eu concordo, mas é o mecanismo que faz girar a grande roda do mundo!

Antes de tentar inventar a roda, compartilho com vcs o grande artigo de Jorge Hernandez Fonseca:

“Brasil, enero, www.cubanet.org -El Brasil contemporáneo, considerado uno de los países emergentes por excelencia, en función de su sistema político democrático y su economía pujante –que ya desplazó al Reino Unido del sexto lugar entre las potencias económicas, y avanza a pasos agigantados para desplazar a Francia de la quinta posición– como sabemos, es una nación gigantesca, con inagotables recursos territoriales, humanos, económicos, energéticos e hídricos, reconocido como un país pacífico, que ha aceptado finalmente un liderazgo latinoamericano que antes porfiaba en rechazar.

Por todas estas razones es que Brasil ha establecido una estrategia de inserción pro-activa en el contexto internacional. Este nuevo enfoque de la política exterior brasileña, en lo que respecta a Cuba, se inició durante el primer gobierno de Lula da Silva. Inicialmente, la base de la estrategia del gobierno brasilero de entonces fue netamente política: apoyar a Fidel Castro y su gobierno, visto desde la izquierda brasileña en el poder como una probable base de sustentación de la isla, para apoyarla en la “lucha” frente al “enemigo imperialista” basado en un pueril anti-norteamericanismo propio de naciones menos responsables.

Sin embargo, la flamante “revolución cubana” se ha depauperado de tal manera en los últimos años, que ya nadie duda dentro del gobierno brasileño del estrepitoso fracaso del castrismo y su modelo, que hasta el propio autor ha rechazado porque “no funciona”. En vista de esta realidad tangible, la diplomacia carioca ha establecido otra estrategia, esta vez de tipo comercial. Tomar posiciones dentro de la isla ahora, que la proximidad de ambos gobiernos lo permite, para una vez que se produzca “el cambio ineludible”, estar posicionados produciendo dentro de la isla lo que Brasil mejor sabe producir: productos agrícolas, como soya, frijoles y granos en general, así como azúcar de caña y etanol, este a la espera de la muerte del dictador, que como se sabe es enemigo ideológico de la conversión del azúcar en alcohol.

Esta estrategia se confirma con la primera gran inversión brasileña en Cuba: la modernización del puerto de Mariel, uno de los más cercanos (sino el más cercano) a los Estados Unidos. La lógica brasileña es la siguiente: cuando se produzca en Cuba el “gran cambio”, los EUA serán los principales socios comerciales de la isla y por el puerto (brasileño) de Mariel, será por donde se exporten los productos cubanos (y brasileños) hacia el mayor mercado comprador del mundo, sin aranceles, sobre todo en la primera etapa, donde Norteamérica se verá impelido a suprimir los impuestos naturales de importación (para ayudar la reestructuración de la isla) y así los empresarios cariocas producirán en la “plataforma” cubana, aprovechando las ventajas.

Esto significa que la visita de Dilma Rousseff a Cuba tiene un sentido estratégico, no sólo ya para la izquierda fidelista brasileña, sino también para la élite empresarial y agrícola del gigante sudamericano, que espera de esta visita el estrechamiento de los lazos con la dictadura actual para facilitar ahora sus inversiones. Pero Rousseff enfrenta también un reto difícil: no contradecir demasiado a la oposición cubana, porque todo el esfuerzo inversionista actual pudiera venirse abajo si la gobernante brasileña no diera un “guiño” cómplice a la oposición. Este guiño será dado tomando a Yoani Sánchez como base, a la que Brasil dio la visa y la que probablemente le será permitido viajar, por intercesión presidencial a puertas cerradas.
No es mi objetivo analizar aquí si la estrategia brasileña conviene o no a la oposición política cubana, en su justa lucha por llevar la democracia para la isla. Sólo quiero poner en claro para todos algo que surge de los hechos, con vistas a que se pueda tener una visión más perspectiva de los acontecimientos por venir, para no aguardar que ellos nos sorprendan.”

Artículos de este autor pueden ser consultados en http://www.cubalibredigital.com

Façam ou se recusem a fazer ...


"Façam ou se recusem a fazer. Mas não fiquem apenas nisto, espiões da vida, camuflados em técnicos de vida espiando a multidão passar."

Mário de Andrade

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A serpente e o vagalume



Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vagalume.
Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava
em desistir.
Fugiu um dia e ela não desistia, dois dias e nada....
No terceiro dia, já sem forças o vagalume parou e disse à cobra:
- Posso lhe fazer uma pergunta?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar
 mesmo, pode perguntar.
- Pertenço a sua cadeia alimentar?
- Não.
- Eu te fiz algum mal?
- Não.
- Então, por que você  quer acabar comigo?
- Porque não suporto ver você brilhar!
   
"Pense nisso e selecione as pessoas em quem confiar."

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O projeto petista de hegemonia política na educação: um elefante que as oposições não conseguem ver | Blog do Bolívar Lamounier

A Folha de S.Paulo do último domingo (01.05) trouxe uma instrutiva matéria sobre a compra de livros didáticos para o ensino fundamental pelo Ministério da Educação e Cultura. Seus autores, os jornalistas Luíza Bandeira e Rodrigo Viseu, não precisaram gastar muita tinta para evidenciar o caráter partidário (leia-se petista) de várias obras destinadas ao ensino da história do Brasil.
Exemplifico citando alguns trechos da matéria. Uma das obras, “ao explicar a eleição de FHC, afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta: ‘Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites’. Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar. Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a “festa popular” da posse e diz que o petista “inovou no estilo de governar” ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social”.
Citado ao lado de uma série de dados positivos, o escândalo do mensalão é minimizado. E não preciso acrescentar que as obras examinadas pelos dois jornalistas criticam as privatizações e a suposta compra de votos para a reeleição pelo ex-presidente Fernando Henrique.
Bandeira e Viseu esclarecem que os livros oferecidos ao MEC são examinados por uma comissão, e que os adquiridos são usados por 97% da rede pública de ensino.
Em nota oficial, o Ministério “listou os critérios técnicos que usa para aprovar os livros, entre os quais um que veta obras que “fizerem doutrinação religiosa ou política”.
À parte essa nota, não me consta que até hoje, quarta-feira, o Sr. Ministro da Educação tenha vindo a público prestar esclarecimentos ou informar sobre providências que tenha tomado a respeito do fato noticiado pela Folha. O Ministério Público, também, periga de passar pela cena sem dizer palavra.
Com razão, o leitor deve estar se perguntando sobre a real importância deste assunto. Visto de forma isolada, a pergunta procede, até porque não sabemos se a compra está concluída, se os livros manifestamente partidários vão de fato ser usados em sala de aula, qual será a atitude dos professores etc etc. Cuidemo-nos, pois, contra as seduções do exagero.
Inicialmente, é mister contextualizar o fato no terreno ideológico e político ao qual os livros examinados explicitamente se referem. Como explicar que as editoras e autores dos livros em questão – interessados em vender livros ao MEC e conscientes do veto a obras de doutrinação-, adotem mesmo assim, sem a menor cerimônia, a ótica de um partido político? Suas chances de sucesso comercial não seriam melhores se diluíssem ou até se abstivessem por completo de posicionamentos desse tipo?
A incongruência é apenas aparente. O petismo não se reduz a um partido político no sentido geralmente aceito do termo. É uma máquina político-eleitoral, sim, mas é também um projeto de poder de longo prazo; projeto fundado numa visão ideológica propagada por seus quadros políticos e intelectuais de maneira contínua ao longo das três últimas décadas, ou seja, por mais de uma geração.
Um cânone sine qua non da mencionada visão ideológica é o que se pode denominar umarejeição indiscriminada da história brasileira.
De modo superficial e um tanto cômico, trata-se do “nunca antes ‘nesse’ país” do ex-presidente Lula; tomado a sério, é a pretensão de achatar toda a história pretérita do país, reescrevendo-a como uma idade de trevas e pura ganância, em contraste com o período de existência do PT – era de luz, altruísmo e genuína devoção à causa dos pobres.
Na ótica de tal projeto, a atuação no campo cultural assume uma importância que os cidadãos e partidos ditos “de direita” não dão sinais de compreender. A elaboração e a publicação de livros didáticos, qualquer que seja o nível a que se destinem, têm um objetivo pecuniário, isto é óbvio, mas esta não é a única questão em jogo. Há também uma atitude de combate, um objetivo de ganhar posições no que tange à leitura dos fatos históricos, e até mais que isso: à fixação das próprias categorias interpretativas. Neste sentido, a política institucional, a presença no parlamento etc são a parte visível de um iceberg cuja parte submersa é a luta pela hegemonia cultural.
O Estado Novo (1937-1945) desenvolveu esforços semelhantes, inclusive através do DIP, o famigerado Departamento de Imprensa e Propaganda, assim como o regime militar (1964-85), que o fez em muito menor escala, através, por exemplo, dos cursos de “moral e cívica”. Mas, em tempos de democracia, o intento petista de hegemonização cultural é um caso único na história brasileira.
Os livros mencionados na matéria da Folha têm como destino o ensino fundamental. Não nos surpreendamos, porém, se a disciplina sociologia, reintroduzida no ensino médio, se tornar portadora de conteúdos funcionalmente similares aos acima discutidos. Pelo que já se conhece das propostas preparadas pelas secretarias estaduais de educação, há uma possibilidade real de os currículos se basearem na gloriosa saga das “massas” contra “a zelite”. Mesmo na rede privada, há casos de estabelecimentos e professores que já tratam textos do MST e de João Pedro Stédile como análises objetivas, e não como os panfletos que de fato são.
Sendo esse o andar da carruagem, quem se chocará se daqui a alguns anos, em vez de Kant ou Hegel, os jovens forem obrigados a reverenciar o pensamento vivo de José Dirceu ou do Lula como espécimes da mais alta filosofia?
Bolívar Lamounier
O sociólogo e cientista político Bolívar Lamounier, sócio-diretor da Augurium Consultoria, é autor de alguns dos mais conhecidos estudos de ciência política no país. Seu livro mais recente, A Classe Média Brasileira: ambições, valores e projetos de sociedade, escrito com Amaury de Souza, foi lançado este ano pela Editora Campus.
augurium@augurium.com.br