Populismo quer dizer demagogia infrene, exploração das emoções, primarismo ideológico, culto quase messiânico do líder, cumplicidade ativa com a comunicação social tablóide, espetaculização da política, atenção exclusiva ao curto prazo, desprezo pelas regras institucionais.
Populismo é substituir os cidadãos pelas massas, a política pela festa, as ideias pelo glamour.
Populismo é fazer-se de vítima e piscar o olho aos ressabiados dos vários quadrantes. É escarnecer dos que têm noção de serviço público. É exibir a mania das grandezas, prometer “obra” e “animação”. É esconder o vazio com a paródia. É cultivar o clientelismo e a dependência. É preferir o truque, o tráfico de influências, a gestão dos interesses, a negociata.
O populista odeia o trabalho, o estudo, o rigor, o planejamento, o médio prazo, a transparência, a prestação de contas, o compromisso, o escrutínio, o debate de ideias. O populista adora a multidão e a rua tanto quanto aborrece os cidadãos e a cidade.
O populista não olha a meios para atacar os adversários e procura sistematicamente feri-los na sua honra e dignidade.
Há quem se renda ao populista porque confia que lhe traz vantagens no imediato, mesmo sabendo que o preço a pagar será enorme. Há quem se renda porque no fundo se revê nele, porque lhe inveja a desenvoltura e o sucesso. Há quem se renda porque desistiu de pensar e agir com responsabilidade.
Quem se rende ao populismo não ama a democracia.
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